O que o desmatamento tem a ver com o surgimento de novas pandemias?
Assim como eu e você, os animais têm doenças (zoonoses), causadas por diversos patógenos. Essas doenças ficam "escondidas" em matas bem preservadas como em algumas regiões da Amazônia.
É importante ressaltar que mal sabemos sobre toda a diversidade de animais da Amazônia, que dirá sobre as suas zoonoses. E isso nos torna frágeis diante do enfrentamento de novas doenças.
Mas o que o desmatamento tem a ver com isso? Um dos vários malefícios trazidos pelo desmatamento exagerado e também pela caça ilegal, é que o ser humano passa a ter contato direto com um volume cada vez maior desses animais e com possíveis zoonoses.
Um trabalho mostrou que para cada 1 km2 de mata amazônica desmatada, surgem cerca de 27 novos casos de Malária no Brasil.
Mas a Malária infecta mosquito e humano. Se a zoonose for só do animal silvestre, não vai infectar humanos, certo? Não necessariamente. Se o contato humano-animal for se tornando maior, a chance de o humano entrar em contato com um vírus mutado novo (como o Covid 19) é cada vez maior. Uma nova mutação no vírus o permitiria infectar animais silvestres e também humanos.
Cerca de 75% das doenças que surgiram nos últimos anos vieram de algum animal. E só nos primeiros 4 meses de 2020, o desmatamento no Brasil foi 59% maior que nos mesmos meses do ano passado. Perigo à vista!
Animais silvestres precisam estar nos seus habitats naturais. E o desmatamento precisa ser fiscalizado e reduzido drasticamente. Diante de declarações recentes preocupantes feitas pelo atual Ministro do Meio Ambiente - que sugeriu o afrouxamento de medidas protetivas ao meio ambiente para avançar com a agropecuária -, precisamos cobrar uma resposta dos nossos líderes políticos em relação a isso!
É sobre os animais. É sobre a mata. É sobre a vida. É sobre mim, sobre você. Já estamos em 2020, gente. Já passou da hora de levar pro lixo o discurso de que preservação ambiental é dispensável.
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